quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Composto de própolis pode inibir radicais livres ligados à obesidade

Achei muito interessante essa reportagem e resolvi colocar aqui pra  vocês tomarem conhecimento também: é uma pesquisa da USP, a pesquisadora Aline Camila Caetano está estudando uma substancia da própolis que pode ajudar no controle de obesidade e DMII, vale a pena ler!



O CAPE, substância extraída da própolis e testada em pesquisa da Escola de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP em Piracicaba (SP), apresenta potencial antioxidante. Isolado da própolis produzida pelas abelhas, o CAPE é um composto fenólico que possui várias atividades biológicas, como por exemplo o efeito anti-inflamatório e antimicrobiano. A sigla vem do inglês Caffeic Acid Phenethyl Ester.
Os resultados, obtidos pela pesquisadora Aline Camila Caetano em experimentos com camundongos, revelam que o CAPE pode combater a formação de radicais livres associados à obesidade e a doenças como diabetes tipo 2 e a hipertensão.
"O estudo verificou a propriedade antioxidante em modelo experimental de obesidade e estresse oxidativo em camundongos", conta a pesquisadora, formada em Ciências dos Alimentos.
Durante a pesquisa, grupos de camundongos tiveram obesidade induzida por uma dieta à base de gordura de porco, por um período de 8 semanas.
Em seguida, parte deles recebeu o CAPE por via oral, nas dosagens de 13 e 30 miligramas (mg) por quilo de peso, em período de 15 e 22 dias.

Depois desse período, foi verificada a atividade de enzimas associadas ao estresse oxidativo nos tecidos adiposo e hepático.
Nos camundongos que receberam a dosagem de 13 mg, verificou-se no tecido hepático que as enzimas tiveram um comportamento semelhante ao grupo controle, composto por animais não submetidos ao estresse oxidativo gerado pela obesidade.

"Não houve aumento da atividade das enzimas, o que evidencia um possível efeito antioxidante do CAPE", destaca Aline. "Também foi registrado uma redução da produção de peróxido de hidrogênio e da peroxidação lipídica, outro indício do efeito protetor do composto."
De acordo com Aline, a obesidade, devido ao maior consumo de nutrientes na dieta, leva a um aumento da glicose e de ácidos graxos circulantes no organismo, aumentando a produção de Espécies Reativas de Oxigênio (ERO) e radicais livres.
"Essas espécies estão associadas a doenças como resistência à insulina, diabetes tipo 2, esteatose hepática, hipertensão e risco de problemas cardiovasculares", ressalta. "O processo é conhecido como síndrome plurimetábolica."

O fígado, por ser um órgão com alta taxa metabólica, permitiu que o efeito antioxidante do CAPE estivesse mais presente e pudesse ser mais facilmente observado. No tecido adiposo, foram observadas poucas mudanças na atividade das enzimas, inclusive devido a dificuldade em se fazer análises na gordura dos animais", diz Aline.
A pesquisadora aponta que devido ao peso dos camundongos, a dosagem testada é muito pequena, o que leva a necessidade de novos experimentos com animais antes da utilização do CAPE ser tentada em seres humanos. "É um processo que deve levar alguns anos", observa. "Também será preciso estudar de que forma o composto seria administrado em humanos."
Fonte : Agência USP

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Valei-nos antioxidantes, valei-nos!

Os radicais livres são produzidos por modificações químicas de proteínas, lipídeos, carboidratos e DNA, resultando em uma variedade de consequências biológicas, incluindo lesão tecidual, mutação, carcinogênese, comprometimento do sistema imunológico, doenças e morte celular.
As lesões causadas pelos radicais livres nas células podem ser prevenidas ou reduzidas por meio da atividade de antioxidantes, sendo estes encontrados em muitos alimentos. Os antioxidantes podem agir diretamente na neutralização da ação dos radicais livres ou participar indiretamente de sistemas enzimáticos com essa função. Dentre os antioxidantes estão a vitamina C (ácido ascórbico), a glutationa, a vitamina E (β-tocoferol) e os carotenoides.
A produção contínua de radicais livres durante os processos metabólicos levou ao desenvolvimento de muitos mecanismos de defesa antioxidante para limitar os níveis intracelulares e impedir a indução de danos. Os antioxidantes são agentes responsáveis pela inibição e redução das lesões causadas pelos radicais livres nas células. Os antioxidantes são substâncias que, mesmo presente em baixas concentrações, são capazes de atrasar ou inibir as taxas de oxidação.

Alguns estudos realizados demonstraram que níveis plasmáticos elevados de antioxidantes estão relacionados com a diminuição de doenças cardiovasculares. O licopeno aparece atualmente como um dos mais potentes antioxidantes, sendo sugerido para a prevenção de câncer e doenças cardiovasculares por proteger moléculas com lipídeos, LDL, proteínas e DNA. Ele é encontrado em um número limitado de alimentos de cor vermelha, como tomates e seus derivados, goiaba, melancia e mamão. Segundo o estudo realizado em 2000, uma ingestão diária de 35 mg de licopeno é sugerida.

Em relação à biodisponibilidade, verificou-se que a ingestão de molho de tomate aumenta as concentrações séricas de licopeno em taxas maiores do que a ingestão de tomates crus ou suco de tomate fresco. O consumo de molho de tomate cozido em óleo resultou em um aumento de 2 a 3 vezes da concentração sérica de licopeno um dia após seu consumo, mas nenhuma alteração ocorreu quando se administrou suco de tomate fresco.
O licopeno consumido na forma natural é pouco absorvido, mas estudos demonstram que o processamento térmico dos tomates e seus derivados melhoram a sua biodisponibilidade porque rompe a parede celular e permite a extração dos nutrientes.

O licopeno é um eficiente inibidor da proliferação celular, sendo que os diferentes efeitos observados sob várias condições poderiam ser determinados pela concentração de licopeno
presente no local. O licopeno está distribuído em vários tecidos do corpo, sendo o fígado o órgão que mais acumula.
Depois de tudo isso, é possível concluir que o licopeno é um antioxidante que traz benefícios à saúde dos seres humanos que diminui ou inibe os danos causados pelo excesso de radicais livres. A principal fonte é o tomate na forma de molhos e pode ser obtido com consumo de 35mg de molho de tomate ao dia.

Previne-se já!


Referência Bibliográfica:
COSTA, Paula; Monteiro, Antonio. Benefícios dos antioxidantes na alimentação. Revista Saúde e Pesquisa, v. 2, n. 1, p. 87-90, jan./abr. 2009

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Obesidade infantil-juvenil, e agora?

É consenso que a obesidade infantil vem aumentando de forma significativa e que ela determina várias complicações na infância e na idade adulta. Na infância, tratar a obesidade pode ser ainda mais difícil do que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos e disponibilidade dos pais, além de uma falta de entendimento da criança quanto aos danos que ela possa causar.

O ganho de peso na criança é acompanhado por aumento de estatura e aceleração da idade óssea. No entanto, depois, o ganho de peso continua, e a estatura e a idade óssea se mantêm constantes. A puberdade pode ocorrer mais cedo, o que acarreta altura final diminuída, devido ao fechamento mais precoce das cartilagens de crescimento.

O aumento na prevalência da obesidade infantil é preocupante devido ao risco aumentado que essas crianças têm de tornarem-se adultos obesos (estudos falam de risco 2 vezes maior que as crianças não obesas) e devido às várias condições mórbidas associadas à obesidade, que podem ser notadas a curto e a longo prazo. No primeiro grupo estão as desordens ortopédicas, os distúrbios respiratórios, a diabetes, a hipertensão arterial e as dislipidemias, além dos distúrbios psicossociais. A longo prazo, tem sido relatada uma mortalidade aumentada por todas as causas e por doenças coronarianas naqueles indivíduos que foram obesos na infância e adolescência.

No Brasil, assim como nos Estados Unidos e Europa, tem-se observado um aumento da prevalência de obesidade, o qual está estritamente relacionado com mudanças no estilo de vida (outros tipos de brincadeiras, mais tempo frente à televisão e jogos de computadores, maior dificuldade de brincar na rua pela insegurança) e nos hábitos alimentares (maior apelo comercial pelos produtos ricos em carboidratos simples, gorduras e calorias, maior facilidade de fazer preparações ricas em gorduras e calorias e menor custo de produtos de padaria).
Por ser a obesidade uma doença crônica, de difícil tratamento, associada a diversas condições mórbidas e cuja prevalência vem aumentando, a prevenção é o melhor caminho. E ela pode ser praticada com medidas simples e de baixo custo. Nesse contexto, vários autores levantaram a hipótese de que o aleitamento materno teria um efeito protetor contra a obesidade, obtendo resultados controversos e ainda não conclusivos.
Os esforços principais para a prevenção da obesidade na infância devem priorizar: evitar que as crianças de risco adquiram sobrepeso; e impedir a gravidade crescente da obesidade além de reduzir a comorbidade entre crianças com sobrepeso e obesidade. Essas ações preventivas contra a obesidade devem ser iniciadas já na primeira década de vida. A escola e os pais tem grande influência.

São necessárias ações integradas que visem à saúde das crianças, envolvendo famílias, escolas, comunidades e indústria alimentícia, além de um sistema de saúde que priorize a prevenção de doenças.


Referencias bibliográficas

BALABAN, Geni; Silva, Giselia A. P. Efeito protetor do aleitamento materno contra a obesidade infantil. Jornal de Pediatra (Rio J.) vol.80, nº1, Porto Alegre Jan./Feb. 2004

MELLO, Elza D. de; Luft, Vivian C.; Meyer, Flavia. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? Jornal de Pediatra (Rio J). 2004;vol.80, nº3, pág.173-82

TRICHES, Rozane Márcia; Giugliani, Elsa Regina Justo. Obesidade, práticas alimentares e conhecimentos de nutrição em escolares. Revista de saúde pública, 2005, vol.39, nº 4, pág 541- 547. São Paulo